domingo, 20 de março de 2011

POLUIÇÃO NUCLEAR E SEUS EFEITOS NO MEIO AMBIENTE

POLUIÇÃO NUCLEAR E SEUS EFEITOS NO MEIO AMBIENTE

Os efeitos ambientais causados pela poluição nuclear ou contaminantes radioativos são os efeitos biológicos, as quais não se referem apenas ao homem, mas a qualquer forma de vida.
Um dos efeitos ambientais mais marcantes é o que se refere a penetração de contaminantes radioativos nas cadeias alimentares. As substâncias radioativas, se introduzidas no meio ambiente, atingindo a cadeia alimentar, apresenta um efeito cumulativo. Pode-se exemplificar com: as algas, que alimentam peixes e armazenam iodo; as plantas do epinociclo acumulam estrôncio e os animais podem acumular diversos contaminantes radioativos em determinados órgãos.
Na alimentação dos seres humanos, contaminantes radioativos são introduzidos no cardápio diário, como o césio 137, o qual não existia originalmente na natureza, tendo sido encontrado em quantidades anormais no alho e na pimenta preta. Deve-se observar que geralmente no Brasil os vegetais consumidos apresentam atividades devidas ao césio 137 inferiores a 0,01 Bq/Kg (1). A elevação dessas concentrações deve-se ao fato desses alimentos serem oriundos da porção mais setentrional do Brasil, a qual está mais exposta a poeira radioativa gerada no decorrer de várias décadas de testes nucleares atmosféricos no hemisfério norte.
Encontra-se, por toda a superfície terrestre radionuclídios artificiais devido a precipitação dos radionuclídios na superfície do planeta, gerado por explosões nucleares. A poeira radioativa artificial, a qual a humanidade atualmente está exposta se deve aos testes nucleares atmosféricos que ocorreram em profusão entre 1952 e 1963.
Um outro fator de contaminação radioativa trata-se dos acidentes nucleares que têm grandes impactos onde ocorreu. Porém este fato não garante a segurança dos que estão distantes, tendo em vista que os radionuclídios podem ser transportados para o resto do mundo através da comercialização de alimentos contaminados, levando prejuízo a saúde destas populações.
Os radionuclídeos que se encontram na atmosfera incorporam-se na biosfera, por meio das plantas, do solo e da água, e por diferentes rotas contaminam o ambiente e os alimentos. A incorporação de radionuclídeos na dieta nutricional humana se dá principalmente pelo leite e pela carne.
É possível perceber então que os efeitos da poluição nuclear nas cadeias alimentares são sentidos em escala global, desconhecendo fronteiras políticas, econômicas e até geográficas.
Ainda existe a poluição não nuclear provocada pelas operações das usinas nucleoelétricas. Essa poluição é a poluição térmica.Para usinas nucleares típicas são empregados setecentos milhões de litros de água por dia para operação do condensador de vapor no intuito de garantir que a elevação da temperatura no ambiente seja pequena. Tal volume é captado de rios ou lagos artificiais. Mesmo empregando torres de refrigeração a água aquecida que retorna ao ambiente aquático pode provocar efeitos negativos na fauna e flora local.

(1) O becquerel, cujo símbolo é Bq, é a unidade SI de atividade e define-se como sendo a atividade de um radionuclídeo decaindo à taxa, em média, de uma transição nuclear espontânea por segundo.

Fonte: Centro de Ciências da Educação – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

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